2024/10/25
No passado dia 23 de outubro, a Associação de Municípios do Douro e Tâmega promoveu uma visita técnica à Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira (PPRSA) para análise no local da área ardida e avaliação do grau de severidade dos incêndios ocorridos no mês de setembro.
O grupo foi constituído por elementos das áreas do ambiente, floresta e proteção civil dos Municípios que integram a PPRSA (Amarante, Baião e Marco de Canaveses), por especialistas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e da Associação BIOPOLIS, técnicos da AMDT, proprietários locais e jornalistas.
O dia contemplou verdadeiras aulas de conhecimento que se entrecruzaram com a observação a nu de valores naturais que dão sinal claro de esperança e que demonstraram ao grupo que a matéria orgânica, apesar de ter sido fustigada pelo fogo não morreu e está a dar sinais disso mesmo.
A AMDT descreve como “emocionalmente gratificante, a passagem pelos diversos locais, onde brotam o açafrão selvagem, a urze em pequenas manchas e a graminha”, ao mesmo tempo reconhece que a flora “soprou para a primeira página de um livro que vai reiniciar a sua escrita de forma mais madura, com conhecimento mais aprofundado da PPRSA, perspetivando o futuro de uma forma mais assertiva.”
A deslocação aos locais de Travanca do Monte, Carvalhal de Reixela, Turfeira, Aldeia de Almofrela e Aldeia da Aboboreira permitiu observar ao vivo as análises realizadas por satélite e confirmar, que de facto foi afetada de forma substancial, a parte mais importante de maior concentração de valores naturais, que foi aquela área que foi designada por área nuclear de concentração, que atinge cerca de 10 mil hectares. Nesta avaliação in loco do padrão de severidade dos incêndios observaram-se valores mais elevados de danos/impacto nas áreas de matos e de povoamentos de pinheiro ou eucalipto. As áreas de carvalhal arderam com menor severidade e contribuíram, claramente para baixar localmente a intensidade do fogo, facilitando assim a sua extinção. Arderam na cerca 10 mil hectares, metade da área total da PPRSA, sendo que 8 mil hectares são da zona nuclear e os restantes 2 mil hectares da zona envolvente.
A Associação de Municípios do Douro e Tâmega assumiu a realização de um relatório de visita com as constatações, dúvidas e soluções que servirá de base para um Plano de Ação a implementar na PPRSA.