BAIONENSE RITA BARRETO ESPECIALIZOU-SE EM VIOLA D’ARCO E ALMEJA INGRESSAR NUMA ORQUESTRA PROFISSIONAL

Rita Barreto tem 28 anos, é natural de Baião, e está a fazer um percurso musical ligado à viola d´arco e ao ensino da música, com o objetivo de conseguir um contrato de trabalho numa orquestra profissional onde poderá fazer o que mais gosta a tempo inteiro.   Desde muito nova que Rita sentiu vontade em fazer música. Inicialmente começou por aprender guitarra, tendo surgido mais tarde o interesse pelo violino. “O meu pai por ter tido um avô que tinha tocado violino entre outros instrumentos, decidiu inscrever-me de forma a manter essa “tradição” na família. Além disso, a minha avó materna também tinha andado a aprender violino em criança, e por esse motivo fiquei com curiosidade e vontade de aprender”, contou Rita Barreto ao jornal “O Comércio de Baião”. Rita começou a aprender violino com o professor autodidata Manuel Silva, da Portela do Gove, conhecido por pertencer ao grupo dos “Lírios”. “Com ele aprendi as primeiras bases do violino e todas as músicas tradicionais e populares. Ao fim de cinco anos a aprender com ele, o próprio disse-me que não tinha mais para me ensinar e que fosse procurar uma escola oficial. Assim o fiz. Como em Baião não havia um ensino especializado nem me oferecia oportunidades para seguir os meus estudos tive de procurar nas redondezas”, contou, revelando que frequentou, em Marco de Canaveses, a escola Movimento e Variações e, posteriormente, a Artâmega onde agora é professora. Rita terminou o ensino secundário em Baião, mas quis procurar uma escola que lhe proporcionasse o curso secundário de música, que a preparasse para o ensino superior. Foi assim que encontrou a Escola Profissional de Música de Espinho, onde ingressou novamente no 10.º ano de escolaridade, repetindo o ensino secundário, mas especializado em música. “No primeiro ano estudei violino com o professor Roberto Valdéz e foi através dele e da escola que conheci a viola d’arco. Até então desconhecia a existência do instrumento, por ser tão idêntico ao violino e por falta de informação”, confessou Rita Barreto, que se especializou naquele instrumento, apesar de continuar a tocar violino em eventos privados como casamentos, batizados, congressos e palestras. Após a conclusão dos estudos na Escola Profissional de Música de Espinho, Rita ingressou na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo no Porto. Fez mestrado na Universidade do Minho e ingressou como professora em escolas oficiais de ensino especializado de música, como é o caso da Artâmega. A par do ensino, Rita integra a Orquestra Clássica de Espinho, como músico profissional. Experiência que lhe tem permitido “abrir muitas portas”, sublinhou. “A possibilidade de integrar a Orquestra Clássica de Espinho deu-me experiência para que outras orquestras me convidassem a participar em programas de trabalho. Felizmente este ano tive a oportunidade de trabalhar várias vezes com a Orquestra Sinfónica da Casa da Música do Porto, que foi um tornar de um sonho em realidade, dado que é uma das melhores orquestras a nível nacional”, disse Rita. Além daquelas orquestras, é membro integrante da Orquestra do MMC – Movimento Musical Cooperativo e da Orquestra da Ópera na Academia e na Cidade. Como reforço, teve também a oportunidade de trabalhar com a Orquestra do Norte, a Orquestra Con Spirito – Viana do Castelo, a Orquestra Sinfonieta de Ponta Delgada, a Orquestra Clássica do Politécnico do Porto e a Orquestra da Costa Atlântica – Esposende. “Espero no futuro poder continuar a desenvolver o meu trabalho em orquestras, pois é o que me dá mais prazer. No entanto, estou sempre disposta a participar em diferentes projetos musicais, pois acredito que cada um deles me fazem evoluir, tanto a nível musical, como pessoal”, salientou Rita, acrescentando: “Finalizo apenas dizendo que tudo o que alcancei até hoje se deve ao facto de ter tido sempre ao meu lado dois grandes pilares que me incentivaram e sempre me proporcionaram todas as oportunidades para seguir o meu sonho, os meus pais. A eles o meu eterno obrigado. Um obrigado especial também ao Pedro por partilhar o mesmo sonho comigo e estar sempre ao meu lado”.