2024/11/05
Hoje, 5 novembro, celebra-se o Dia do Cuidador Informal… as chamadas pessoas invisíveis, que estão permanentemente disponíveis para cuidar dos outros, sejam familiares ou não, mas que tantas vezes são esquecidas na sociedade. Não podem reivindicar férias, horários, condições de trabalho e muito menos fazer greve. Estão sempre disponíveis para os outros, muitas vezes, até, de forma totalmente gratuita, o que mostra o seu nível de altruísmo.
Mas sinto que nós, sociedade, somos, de uma forma geral, muito pouco gratos com essas pessoas. Paulatinamente, o Estado tem vindo a promover melhores condições para os cuidadores informais, mas, ainda, assim, sinto que estão muito aquém daquilo que é realmente merecedor, está mais que na hora das autarquias considerarem este tema primordial. É importante que cuidemos dos nossos cuidadores.
Cada vez mais o país está envelhecido, e o nosso concelho, em particular. Vamos precisar de quem cuide de nós e nos permita ter um final de vida condigno… mas, para isso, temos que estimar as pessoas e investir nelas. É importante assegurarmos formações, regalias sociais, mas, sobretudo, respeito e valorização, para que a sociedade saiba reconhecer os seus cuidadores e agradecer-lhes devidamente. Hoje são os outros, amanhã seremos nós.
Por isso, o melhor investimento que hoje os nossos jovens podem fazer sem dúvida que é nesta área, de cuidadores informais, que no futuro será, certamente, um dos grandes flagelos que teremos na nossa sociedade… os nossos idosos não vão ter quem tome conta deles, porque os filhos, naturalmente, têm as suas vidas, os familiares também, e nem toda a gente terá capacidade para suportar as despesas associadas a um bom lar. E essas pessoas que, pelas mais variadas razões, não terão essa capacidade são a base da minha preocupação e é para elas que todos nós, Estado, autarquias e sociedade em geral devemos olhar.
Temos de ser gratos com os nossos cuidadores e estar disponíveis para estar ao lado deles. Vamos fazer com que sejam reconhecidos e pensar em investir no futuro para que a “profissão” se torne aliciante e as pessoas tenham gosto em tornarem-se cuidadores… Nós, que estamos a caminho da idade, vamos precisar de quem cuide de nós, os nossos filhos vão ter necessidade que cuidem de nós para que eles possam levar uma vida mais condigna, os nossos pais vão precisar de quem cuide deles para nós podermos ter a nossa vida, sendo certo de que todos nós vamos ter que abdicar muito do nosso conforto para cuidar dos outros. E cuidar deveria ser um lema… Cuidar de quem cuida.
Paulo Portela