“A proibição de telemóveis nas escolas, desde o ‘básico’ até ao secundário. É este o apelo do Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida”
Agora que inicia o ano letivo o tema ganha destaque. A proibição de telemóveis nas escolas. É este o apelo do Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida.
“Devido ao risco de assédio digital das crianças na escola e de falta de concentração, alguns países europeus estão a começar a introduzir uma proibição de utilização dos smartphones nas escolas”.
Em França a proibição de telemóveis nas escolas secundárias foi consagrada na lei em 2018, e há muitas escolas que foram mais longe, testando uma “pausa digital” total.
Na Itália os telemóveis vão ser proibidos nas escolas primárias e secundárias.
Na Grécia a conclusão é bem mais elucidativa: “são avassaladores os dados científicos sobre a forma como afetam o próprio processo de aprendizagem”.
Em países que nos habituamos a olhar como exemplo, como os Países Baixos, os alunos devem deixar o telefone em casa ou trancá-lo num cacifo, e a Dinamarca vai experimentar a proibição, acreditando que esta medida “melhore a saúde mental e as relações entre os alunos”.
Interessante escutar o que pensam os alunos. Uma aluna holandesa disse que “estamos para aprender e não para olhar para o telemóvel. Acho que é uma boa ideia proibir os telemóveis”.
E como estamos no nosso país de brandos costumes? O Estatuto do Aluno e da Ética Escolar reforça que o aluno não deve "utilizar quaisquer equipamentos tecnológicos nos locais onde decorram aulas”.
Mas é uma recomendação, ainda não há lei.
EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da ANIR
(esta crónica é publicada em cerca de 50 jornais).