2025/05/09
Uma das muitas Peregrinações a Nossa Senhora de Fátima, de Baionenses, caminha nesta altura em que escrevemos este texto, entre a Zona de Coimbra e Condeixa, constituída por trabalhadores da Câmara Municipal de Baião, o que vem acontecendo ao longo dos últimos anos.
A integrá-la vai o carismático, Amadeu de Sousa Correia, com a sua bicicleta, sempre à mão, que transporta agarrada ao volante, uma cruz em madeira decorada de flores, que as vai substituindo ao longo do trajeto, à medida que ficam secas. O curioso é que pelas terras por onde passam, as pessoas lembram-se e todas falam, “no homem da bicicleta”.
Amadeu Correia, tem 73 anos de idade, é casado e pai de dois filhos. É natural de Santa Cruz do Douro e reside desde que casou na Portela do Gove, em Gove, Baião. Trabalhou até aos 30 anos na construção civil, por conta dele e dos outros, conforme diz, e depois até se aposentar trabalhou na Câmara Municipal de Baião.
Revelou ao nosso jornal que “Já faço esta peregrinação há muitos anos. A primeira vez vim sozinho, não conhecia ninguém, nem carreiro, nem caminho, depois foi sempre com grupos dos meus amigos da Câmara. Gosto de fazer este percurso porque é a minha fé, a minha devoção e com muita dedicação por todo o entendimento que tenho. Aconselho a virem em peregrinação, não em atletismo que isto é uma bênção de Deus”.
Questionado se fazia esta caminhada por promessa, por fé, ou por gostar de ajudar as pessoas, respondeu “Um pouco por tudo isso e gosto de ajudar porque, somos todos irmãos, deste e dos outros países”, realçou.
Quisemos saber o porquê de ele levar a bicicleta à mão, e ele, amavelmente, como é seu timbre, lá nos disse “A bicicleta à mão tem dois sentidos, um é, eu já tenho a idade que tenho, se às vezes precisar de uma “pousinha” para ir com os meus colegas e andar nela um bocadito depois acompanho-os outra vez, mas até hoje ainda não foi preciso isso. O outro sentido é quando Jesus andou cá na terra, peregrinava mais a mãe e o pai, com um burrinho, então ele vai aqui no meio de nós. O Jesus que aqui levo na Cruz é o símbolo mais alto, a torre mais alta do mundo é a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por mais pequenina que seja. A bicicleta simboliza o burrinho de antigamente”, desmistificou assim, Amadeu Correia, o mistério da bicicleta.