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O Comércio de Baião

2025/01/31

JOVEM BAIONENSE AJUDA DEZENAS DE FAMÍLIAS A ‘ORGANIZAR A VIDA’ ATRAVÉS DO VOLUNTARIADO

Destaque

Natural de Ancede, Beatriz Teixeira tem 23 anos e é voluntária, desde 2022, na Refood, um movimento voluntário com vários núcleos espalhados pelo país, criado para reaproveitar excedentes alimentares e realimentar quem mais precisa.

Ao nosso jornal, a jovem conta que o seu gosto por ajudar o próximo cresceu consigo “sinto-me bem a ajudar as pessoas. É algo que me traz muita felicidade. Em pequena colocava roupa nos contentores da Cruz Vermelha ou dava-a às filhas das amigas da minha mãe. Mais tarde, na catequese passei algumas tardes com idosos, de modo a falar um pouco com eles e a fazer com que não se sentissem tão sós e também participei na campanha da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Atualmente, para além da Refood, faço doações de roupa, que já não uso, aos vicentinos, na Igreja Paroquial de Cristo Rei, no Porto”.

Antes de avançarmos com a conversa, pedimos à Beatriz mais detalhes sobre a Refood e a sua experiência na organização “conheci a Refood quando vim estudar para o Porto e, por ser perto de casa, estabeleci alguns contactos para ser volutaria. Costumo fazer as refeições, que distribuímos pelas 62 famílias inscritas, mas também já fiz rotas de recolha de alimentos nas instituições que têm parceria com a Refood, por exemplo, padarias, restaurantes, hospitais, supermercados, entre outros. É de conhecimento comum que o desperdício alimentar existe, mas sinto que poucas pessoas têm noção do quão chocante é a quantidade de comida que todos os dias é desperdiçada. Em Ancede fiz, recentemente, uma recolha de bens alimentares num mercado local e fiquei feliz por conseguir encher todas as caixas que coloquei. Há pessoas que se solidarizam com estas causas, outras não contribuem tanto, não só por desinteresse, mas porque ficam na dúvida para onde vão os alimentos, expressou.

Questionada sobre se houve algum momento que a marcou ‘de forma especial’ durante os seus três anos de voluntariado na organização, Beatriz despertou um pouco o seu lado emocional “várias pessoas disseram-me que a Refood muda e organiza as suas vidas. Lembro-me de um senhor ter dito que gostava de ser atendido por mim, pois, notava-se que eu trabalhava com o coração. Recordo-me de outra situação, porque houve uma semana em que não fui fazer voluntariado e na semana seguinte, quando estava a distribuir os cabazes, um senhor disse ‘a menina faltou na outra quarta-feira, eu notei logo a diferença, já levei menos comida’. Traz-me muita felicidade saber que ajudo a vida das pessoas. É algo que não se explica muito bem, mas sente-se imenso”, exprimiu.

Atualmente, o voluntariado tem cada vez mais peso no currículo e impacta diretamente a política de contratação de grandes empresas, motivo que leva alguns jovens a abraçar a causa pelas suas finalidades, contudo, Beatriz garante que não o faz pelo currículo “sei que é importante, mas faço voluntariado há alguns anos, já está no currículo e continuo a fazer. No meu caso foi juntar o útil ao agradável”, salientou.

Interrogada sobre que realidade encontrou nas pessoas que procuram apoio na sua organização, a jovem mostrou-se erudita “nunca fui desfasada da realidade, sempre tive noção que sou privilegiada e que esta “bolha” não é o facto de muitas famílias principalmente tendo crescido no interior, onde as oportunidades e possibilidades não são as mesmas. Portanto, não foi um choque ver o cenário de quem passa necessidades”, explicou, identificando, por outro lado, algo que não a deixou indiferente: a toxicodependência e as suas consequências. 

Prosseguindo no diálogo, descobrimos a ambição da Beatriz em fazer voluntariado noutros países. “O voluntariado internacional é um grande objetivo, que mais tarde ou mais cedo vai acontecer. Gostava de o fazer na casa dos 20, mas senão for agora será mais tarde”, começou por refletir, salientado “no meu futuro idealizado, se tivesse uma grande capacidade financeira, gostava de fazer disto a minha vida”. Embora o próprio nome ‘voluntário’ o indique, aproveitamos para frisar aos nossos leitores que o voluntariado internacional não é financiado. As despesas nos voos e no alojamento estão, na grande maioria das vezes, ao encargo dos próprios voluntários. A título de curiosidade, perguntámos à Beatriz se tinha alguma preferência pelo país “se pudesse escolher diria São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor Leste ou Guiné, mas pode ser qualquer um e não descarto países de outros continentes”.  

A jovem, que já foi entrevista por outros meios de comunicação, defende que o voluntariado deve continuar a ter espaço nos jornais e nas televisões “voluntariado não é publicidade para a instituição. É dar a conhecer uma causa nobre. Quantos mais olhares ativos houver numa causa, mais atuação ela vai ter. Saímos todos a ganhar”, refletiu.

Antes de terminar, desafiamos a Beatriz a deixar uma mensagem às pessoas com interesse em abraçar o voluntariado “se uma parte de nós pensa ou sente isso é porque a outra parte já o é”, concluiu.

Também durante a conversa, a jovem confidenciou que os seus pais têm “todo o gosto” e “orgulho” pela sua nobre atitude de cidadania. Após a publicação deste artigo, o nosso jornal pode garantir que não serão os únicos.

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