Márcia Maia trocou o Porto por Baião e é no lugar de Pinheiro, em Campelo e Ovil, que pretende construir uma quinta pedagógica com os seus 28 animais de quinta.
Porcos, um cavalo, dois burros, uma cabra anã, ovelhas, póneis, porquinhos da Índia, coelhos, gatos e cães fazem parte do projeto que arrancou há sete anos em Matosinhos e que agora se instalou em Baião.
Márcia tem 42 anos e é auxiliar de veterinária há mais de 20 anos. Com um percurso sempre ligado aos animais, Márcia foi resgatando animais que não eram vendidos e avançou para um projeto piloto, no Centro Hípico do Porto.

A criação de uma quinta pedagógica foi o resultado do projeto que, segundo Márcia Maia, “teve muita adesão de escolas, famílias e seniores”.
“Tínhamos programas para famílias, escolas e seniores, bem como para festas de aniversário”, contou ao jornal “O Comércio de Baião”.
Em 2019, dois anos após o arranque do projeto, Márcia teve de procurar um novo espaço para dar continuidade à quinta. Matosinhos foi o local escolhido, mas a pandemia trocou as voltas à auxiliar de veterinária e a falta de apoios colocou o projeto em risco.
“Arrendamos uma casa em Matosinhos e, em 2020, vem a pandemia. Como era empresa privada fiquei sem apoios. Optámos por criar uma associação, a “A Q.U.I.N.T.A. - Associação Quinteiros Unidos Pelos Ideais da Natureza, Tradições e Animais”, mas com os preços a subir tivemos de deixar o Porto. Desde então fizemos apelos por um espaço, porque não podíamos deixar os animais. Fui eu que os resgatei e sei a história de cada um”, contou Márcia.

A busca por terreno trouxe-a até Baião. Márcia viu e gostou da quintinha em Pinheiro. Vendeu o apartamento que tinha no Porto e mudou-se de malas e bagagens para Baião.
“Consegui trazer os animais através de donativos e de uma vendinha que fizemos com material que havia na quinta em Matosinhos. Também aproveitamos algumas madeiras de lá e temos estado a vedar a quinta. Há voluntários que vêm do Porto para cá aos sábados e assim temos conseguido, mas falta ainda muita coisa”, confessou, revelando que
“está um bocadinho assustada com o zero, com este recomeço”.
“Vivemos do projeto e neste memento não temos fonte de rendimentos a não ser donativos e os padrinhos, porque a associação tem padrinhos dos animais e voluntários, mas precisamos de muita ajuda para concretizar o projeto da quinta pedagógica”, salientou Márcia, elencando que
“faltam acomodações para os animais dormirem, sobretudo abrigos, falta rede para continuar a vedar o espaço e faltam donativos para continuar a manter os 28 animais”.

Em Baião, Márcia tem encontrado
“pessoas interessadas”. “É disso que precisámos, que apoiem o projeto, sobretudo com donativos e voluntariado”, sublinhou, acrescentando: “Tenho esperança de conseguir dar continuidade ao projeto que tínhamos, porque havia um feedback muito positivo das crianças. Os animais têm saudades do contacto, têm saudades das crianças”, enfatizou.
Márcia Maia tem vindo a reunir-se com vários agentes do concelho, nomeadamente a Câmara Municipal de Baião, a União de Freguesia de Campelo e Ovil e a Associação Empresarial de Baião, com o intuito de conseguir apoio e orientação para o projeto, que poderá passar, também, por uma parceria com o alojamento local.
Para quem quiser conhecer um pouco mais a associação pode consultar o link https://www.facebook.com/exquintasantaisabel
