Cerca de 60% a 70% dos agricultores do concelho de Mesão Frio, cujas produções foram afetadas pelo mau tempo, vão ser apoiados pelo Governo até 70% a fundos perdidos.
A garantia foi hoje dada pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, numa visita que efetuou ao concelho e onde esteve em contacto com os produtores afetados.
Maria do Céu Antunes anunciou que o Governo tem previsto nove milhões de euros para os prejuízos,
“depois de ter feito um levantamento de todos os estragos no país, com maior incidência na região Norte e Alto Alentejo”.
As candidaturas, avançou a governante, “
estarão prontas para abrir até ao final do mês de janeiro”.
Em Mesão Frio, a ministra visitou uma produção na freguesia de Oliveira, que ficou com vários muros e patamares destruídos.

Maria do Céu Antunes frisou que o apoio do Governo
“irá permitir financiar investimentos dentro da exploração agrícola, dando mais margem para situações de prejuízos mais pequenos”.
“Abrimos a medida de investimento de pequenas explorações, para com isso podermos financiar tudo o que está dentro da parcela. Podem, assim, refazer os muros que caíram ou fazer novos de suporte”, especificou a ministra.
Uma medida vista “com satisfação” por parte do presidente da Adega Cooperativa de Mesão Frio, Pedro Alves, que fala em “prejuízos generalizados no concelho”.
“Estamos numa zona onde houve bastantes prejuízos, mas há muitos mais, principalmente a nível de muros”, explicou o dirigente, lembrando que
“Mesão Frio está em zona do Douro Património da Humanidade e, por isso, tem de manter os muros das produções em condições e em xisto”.
Pedro Alves sublinhou, ainda, “
que com a intempérie o potencial produtivo ficou afetado e as pessoas não vão ser capazes, se não houver ajuda, de repor os muros. Nos projetos em patamares também houve danos, dado que os patamares foram arrastados”.
A visita aos danos da intempérie decorreu após a receção de Maria do Céu Antunes nos Paços do Concelho de Mesão Frio, pelo executivo municipal, liderado por Paulo Silva.

O presidente da Câmara de Mesão Frio não escondeu a satisfação de ter a governante no município, destacando que
“permitiu que visse em loco como se trabalha e desenvolve a economia local do concelho”.
“A senhora ministra apercebeu-se dos prejuízos que os nossos lavradores tiveram e também de que se trata de produtores muito pequenos, que ao mínimo prejuízo que tenham, não têm capacidade financeira para recuperar”, disse Paulo Silva.
O autarca destacou, ainda, o financiamento anunciado pela ministra, ressalvando, por outro lado, que
“tem de haver um esforço do proprietário e da própria câmara municipal, que tem vindo a fazer, nomeadamente no encaminhamento de água que tem sido suportado a montante pela autarquia”.
“Tem de haver uma conjugação de esforços”, vincou o presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio.

Paulo Silva realçou, também, que
“este Governo tem, num curto espaço de tempo, apresentado soluções, que não se podem exigir para amanhã”.
“Sabemos que não é assim que as coisas funcionam, mas também não é como antigamente que era para um ano ou dois”, frisou, destacando:
“estas medidas foram anunciadas na quinta-feira, a senhora ministra fez 400 quilómetros para estar cá hoje e, portanto, é simbólico, porque escolheu um município pequenino e veio ao local”.