OPINIÃO: AOS HABITANTES DE OVIL EM PARTICULAR E DE BAIÃO EM GERAL
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Os elementos que constituem a Comissão Concelhia de Baião do Partido Comunista Português, depois de ouvirem a gravação da reunião de Câmara do dia 08 de março passado, constataram que o executivo municipal cria «pontes» e desigualdades entre os munícipes, nomeadamente no que se refere ao alargamento da rede de abastecimento de água e saneamento básico no concelho.
Para confirmar esta realidade, basta observar a situação que se vive nos dias de hoje na freguesia de Ovil, a qual, apesar de ter sido agregada contra a vontade da população a Campelo na reforma administrativa de 2011 feita pelo governo de Passos Coelho, não desapareceu do mapa e as pessoas continuam lá a viver.
A referida freguesia é composta por nove lugares, Ervins, Chavães, Giesta, Castanhal, Boscras, Queimada, Matos, Vilarelho e Outoreça e desses nove lugares só Ervins e Chavães têm rede de água e saneamento, rede essa que parou em Chavães há mais de uma década, com a desculpa meio esfarrapada destes dois lugares terem este «privilégio» por pertencerem á área urbana.
O que quer fazer agora o poder político local com o apoio de fundos comunitários? Nada mais do que construir a curto prazo e no lugar das Boscras, a rede de saneamento e deixar a obra já preparada para posteriormente contruir a rede de abastecimento de água.
Não temos nada contra o lugar das Boscras nem contra os seus habitantes bem pelo contrário, mas isto levanta-nos uma série de dúvidas algumas delas já respondidas pelo Presidente da Câmara, mas que continuam a não ser devidamente esclarecidas, dando a entender que tudo isto é feito em «cima do joelho» para não classificar de outra forma.
Em primeiro lugar, o presidente quando questionado sobre os critérios usados no processo, disse que um deles era que a obra devia começar por onde estão mais perto os colectores, ora os coletores mais perto estão em Chavães, mas Boscras fica a cinco quilómetros de Chavães e antes das Boscras ainda existe Vilarelho, Giesta e Castanhal.
Em segundo lugar, outro critério seguido foi o de que este tipo de obras deve ser realizado onde habita mais gente, mas mesmo considerando que em Boscras, possam existir mais habitantes do que em Vilarelho, Giesta e Castanhal juntos, o que é certo é que lá também habitam ovilenses e baionenses.
A Constituição da República consagra o acesso á água e à habitação condigna com saneamento básico como um direito para todos, no entanto também sabemos que ainda existe poder politico submetido a interesses alheios aos direitos das populações de que este caso será infelizmente exemplo paradigmático.
Em terceiro lugar, o presidente afirmou que esta obra vai avançar só nas Boscras porque o dinheiro não chega para mais, contudo e tendo em conta o preço que os baionenses pagam por estes serviços de água e saneamento, um dos mais caros do país, a pergunta surge naturalmente: onde é que as Águas do Norte, de qual a Câmara é acionista, gasta o dinheiro?
Comissão Concelhia do PCP
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