2025/01/03
A comissão Política do PSD Baião, na pessoa da sua presidente, Ana Raquel Azevedo, reafirmou, mais uma vez, a sua posição sobre a trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional.
“Desde o início, quando o então deputado socialista e baionense, José Luís Carneiro, deu entrada deste projeto de resolução na Assembleia de República, esta foi a nossa posição: Seremos sempre favoráveis a todas as honras e homenagens ao escritor, mas TOTALMENTE CONTRA a trasladação do seu corpo de Santa Cruz do Douro.
Esta posição foi sempre clara e coerente: as honras de Panteão podem ser concedidas sem que isso implique a remoção dos restos mortais do escritor. Este é o caso de figuras como Aristides de Sousa Mendes, cuja memória foi honrada sem a necessidade de deslocalizar os seus restos mortais. O mesmo deveria ter sido feito em relação a Eça de Queiroz, preservando a sua ligação ao nosso território e respeitando a importância económica, cultural e turística que a sua presença representa para Baião.
Tal como já afirmamos no passado, é lamentável que esta proposta tenha partido do único deputado baionense à época, José Luís Carneiro, que num deslumbramento completo com “as cidades” e num esquecimento total “das serras”, em vez de ter usado a sua influência para resolver os problemas estruturais do concelho, decidiu que o melhor que podia fazer pelo seu concelho era “tirar-nos” algo que materializa o expoente máximo cultural de Baião, numa atitude totalmente centralista, de quem se diz tão preocupado com o interior.
Em 2021, a Presidente do PSD Baião, Ana Raquel Azevedo, questionava “Haverá maior honra do que descansar no paraíso que a sua escrita eternizou?” e hoje a pergunta coloca-se novamente. Não será isto também uma forma de centralismo?
Ainda na última Assembleia Municipal, aquando da discussão do orçamento, o PSD alertava para uma rúbrica aberta para despesas relativas à trasladação, onde afirmou mais uma vez, que a autarquia não devia gastar um cêntimo neste processo por imperativo moral.
Com a efetiva trasladação, que consideramos lesiva para o nosso concelho, Ana Raquel Azevedo, juntar-se-á à manifestação pública contra a trasladação, em defesa do interior, do nosso património e do direito de Baião continuar a ser o guardião do legado do Eça de Queiroz.
Reafirmamos o nosso compromisso com a nossa posição desde o primeiro momento. Esta não é apenas uma luta pelo que nos é retirado, mas pela preservação da nossa identidade e acima de tudo, pelo respeito pelo interior do país, por Baião e pelos Baionenses”, pode ler-se no comunicado.