A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa entregou, aos municípios da região, equipamentos de inativação de ninhos da espécie invasora vespa velutina.
Os equipamentos foram entregues na segunda-feira, numa sessão que decorreu no Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel.
A aquisição deste equipamento surge na sequência de uma investigação desenvolvida pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), cujo trabalho de recolha de dados em campo decorreu nos concelhos da região do Douro, Tâmega e Sousa, e culminou com o desenvolvimento de um composto biológico específico – biocida – para o combate à vespa velutina e respetivo ajustamento num dispositivo de injeção para controlo da espécie em ninhos.
Este trabalho entre a CIM do Tâmega e Sousa e a UTAD resulta de uma parceria firmada, em 2021, entre as duas entidades, com o objetivo de contribuir para o controlo da espécie exótica no território do Douro, Tâmega e Sousa, através da criação de mecanismos de controlo e inativação de ninhos de vespa velutina, de forma mais simples e eficaz, quer para os serviços de proteção civil das autarquias da região com competências atribuídas para o combate quer para os apicultores, que são severamente afetados pela destruição das suas abelhas nos apiários.
De referir que a região do Douro, Tâmega e Sousa continua a ser uma das mais afetadas a nível nacional por esta espécie invasora, pelo que esta parceria vem dar continuidade e reforçar os trabalhos já desenvolvidos no âmbito de outros projetos, como o GesVespa, que decorreu entre 2016-2019 e que foi liderado pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. (INIAV), em parceria com a CIM do Tâmega e Sousa e a UTAD, entre outros, e o GO Vespa – Grupo Operacional “Controlo e minimização de prejuízos da espécie invasora Vespa velutina nigrithorax (Vespa velutina) na produção apícola”, gerido pela Dolmen – Desenvolvimento Local e Regional, entre 2018 e 2021, também com a parceria da UTAD.
Com base nos resultados apresentados no seminário GO Vespa 2021, foram criadas uma carta de densidade de ninhos por quilómetro quadrado e uma carta de suscetibilidade de expansão desta praga para o Douro, Tâmega e Sousa, nas quais é bem visível que a região se encontra severamente afetada por esta espécie. Estas duas cartas mostravam que, se se mantivesse o modelo de registo e de destruição de ninhos, a vespa velutina iria continuar a sua expansão.
Nesse sentido, este projeto procurou investir em métodos de destruição alternativos para a proteção civil, através de dispositivos de injeção, mais rápidos de usar e sem estarem dependentes da hora do dia para os usar, permitindo às equipas de destruição atuar em mais locais e inativar mais ninhos em menor tempo, melhorando, assim, a atuação dos municípios, que têm responsabilidade no controlo e destruição de ninhos.
A operação “Control Vespa Tâmega e Sousa”, liderada pela CIM do Tâmega e Sousa em parceria com a UTAD, foi cofinanciada pelo POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo de Coesão.