“Tenho-te visto na SIC a toda hora, na homenagem a Pinto Balsemão!”
As imagens em memória ao falecido patrão do Expresso e da SIC, eram uma sequência dos momentos que Balsemão selecionou como os mais relevantes da sua vida, na celebração dos seus 85 anos - há três anos portanto. Haviam passado numa entrevista que concedeu ao programa ‘alta definição’. Imagens com personalidades como Ronald Reagan, Sá Carneiro, Ramalho Eanes, e outras gradas figuras nacionais e internacionais. Que fazia eu ali?!
Como achei correto, liguei a Francisco Balsemão reconhecido por me ter distinguido. Não me recordo das palavras uma a uma, mas em suma esclareceu-me que os jornais de menor dimensão eram um baluarte da democracia e da liberdade de imprensa. E que por isso não podia deixar de os ter ali nas suas memórias.
Durante a minha vida profissional havíamos cruzado vezes várias. A ele recorri em momentos difíceis da minha vida para solicitar o seu conselho - acompanhado por vezes pelo comum amigo Miguel Veiga (já falecido também). Nunca o regateou.
Ora, como sempre na minha vida, a palavra gratidão foi e é sagrada. Assim, um dia reuni mais de 500 amigos da imprensa, artes e outras áreas da cultura e figuras gradas da política nacional. Com muita satisfação pessoal e do próprio, ali foi justamente homenageado.
Partiu a referência da imprensa independente. O pai da Lei de Imprensa.
Hoje, as suas palavras são provavelmente mais oportunas do que há décadas: “sem Liberdade de Imprensa não há liberdade (…), não há democracia”. “Uma das coisas que mais me apaixonaram na vida, foi a defesa do direito de informar e de ser informado”.
Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional de Imprensa Regional